◇◇ᛗx

00Mx O Bugmancer

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O Bugmancer

Ato 0 - Capítulo 1
O Sábio

Em um dia frio no início da primavera, a luz suave de uma lâmpada a óleo lançava sombras longas nas paredes de pedra de uma antiga biblioteca. O silêncio no ambiente era profundo, quebrado apenas pelo som de risadas que passava por entre as frestas das janelas. No centro da sala, um homem estava sentado à mesa, imerso em pergaminhos antigos que se espalhavam à sua volta, com uma concentração quase sagrada. Seu nome era Elyon Vestraza, um estudioso que estava em sua busca incansável por respostas que ninguém mais parecia procurar. O ar estava carregado com um cheiro de papel envelhecido e móveis antigos.Elyon manipulava cada pergaminho com extremo cuidado, transcrevendo e tomando notas em seu diário. O suave som das páginas atravessava a sala e o cansaço era notado em seus olhos, que estavam cada vez mais pesados. Mais um pergaminho era desenrolado e seus segredos escritos à tinta eram difíceis de ler, mas ele os decifrava com maestria. A cada frase que compreendia, um pequeno sorriso de satisfação aparecia em seu rosto.Os pergaminhos que ele estudava não eram apenas registros históricos. Eles carregavam segredos antigos, segredos esquecidos sobre a magia.
Ele se inclinava para frente, com uma cara de surpresa. Cada palavra parecia pulsar diante de seus olhos, e uma imagem vinha à sua mente. Revelando que em cada pergaminho havia uma referência sobre uma figura em comum.Elyon se lembrava que alguns meses atrás estava de pé, observando através de uma pequena janela de vidro. Sua filha, Lenna, que ria enquanto brincava com seu amigo lá fora. Eles corriam com um cata-vento nas mãos."Quem diria... "Ele dizia, enquanto apertava seus lábios e coçava suas longas orelhas pontudas.

Ato 0 - Capítulo 2
O amigo misterioso

Semanas antes da primavera chegar, Lenna estava voltando da cidade, que ficava logo após um pequeno bosque de pinheiros. Suas pegadas afundavam na neve macia e sua respiração pesada embaçava seus óculos redondos, carregando em sua bolsa, materiais de pintura e ervas para fazer chá, pois era véspera do aniversário de seu pai. Lenna tropeçou em algo rígido sob a neve e se lançou para frente, caindo no chão de forma desajeitada.
Furiosa, levantou, limpou seu casaco de pele e pegou a bolsa de couro que estava caída no chão, quando percebeu que em meio à neve havia uma raposa, que estava congelada e com o corpo enrijecido pelo frio. Rapidamente ela o envolveu em seus braços e começou a correr, adentrando no domo que protegia sua casa, uma biblioteca centenária construída com magia.Elyon se surpreendeu ao ver a raposa de pé no dia seguinte, como se nada houvesse acontecido, agindo como uma criança.
Diferente das espécies que havia catalogado durante suas viagens, este era um animal comum que conseguia ficar de pé e que parecia compreender o que sua filha dizia.
Lenna preparava o chá para comemorar o primeiro milênio de seu pai, enquanto a pequena raposa olhava admirada para o homem alto com longos cabelos grisalhos trançados e vestindo roupas de linho. Os estalos da lenha acesa em uma pequena lareira e o cheiro amargo levemente frutado tomam conta da cozinha."BOM, aham, bom… "afirmou a raposa, agitando sua cauda.Elyon e Lenna se assustaram e questionaram se a raposa realmente havia falado. Mas nenhuma voz foi ouvida novamente. Ambos fizeram inúmeras experimentações, mas parecia que nada fazia a raposa falar novamente. A própria raposa parecia não entender.

Ato 0 - Capítulo 3
O dia tão esperado

Hoje é um dia especial. Lenna acorda animada, pois finalmente chegou o dia de sua nomeação.No reino de Aestheria há uma tradição antiga, que na primavera, antes de desabrochar o primeiro botão, cada cidadão que tiver completado a maior idade a partir do penúltimo solstício, é convocado para prestar um teste de vocação e convidado a assinar seu nome no livro do mundo, onde é registrado as características que garante o ingresso nas respectivas escolas espalhadas pelo mundo. Lenna, por ser de uma das espécies de elfos, foi convocada assim que completou 100 anos no verão passado.Ao procurar por seu pequeno amigo de pelos alaranjados, Lenna percebe que ele não está em sua cama. Suspirou por um momento e olhou em baixo da cama."- aí está você! Como você consegue cair em um vão tão pequeno?" disse enquanto puxava sua longa cauda felpuda.Com cara de sono, ele sorri enquanto é arrastado pelo chão de madeira escura, perfeitamente polido e superfície quase espelhada.
Ao chegarem próximo à cozinha, ela vê Elyon parado no corredor em frente à sala de arquivos."-Pai, hoje é o dia do-""-Tome, entregue esta recomendação para o reverendo Ernesto" Elyon interrompe gentilmente enquanto coçava o pescoço repetidamente.

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